Deve-se obedecer ao chamado de Deus, assim se expressa o decreto
‘Ad Gentes’ do Concílio Vaticano II no número 24. Pode parecer uma grande
restrição da liberdade ou certa imposição esta afirmação.
A verdade é que não cabe
aqui esta interpretação, mas a realidade do chamado de Deus exige uma resposta,
no sentido de que a pessoa só se realiza, de maneira completa, quando responde
a Deus.
Algumas pessoas mais
racionalistas poderão discordar desta afirmação, mas não poderão fugir desta
realidade, pois toda pessoa humana é chamada a uma vocação.
Esta voz interior de Deus é escutada pela pessoa em algum momento de sua vida.
Não adianta fugir ou
encher a própria vida com realidades e projetos humanos, tudo isto não consegue
realizar completamente a pessoa como quando se responde e vive a vocação a qual
se sente chamada.
No nosso contexto alguns
jovens sentem muita dificuldade para discernirem sua vocação, isto é fato, pois
o barulho da vida hodierna não deixa espaço para um silêncio mais profundo,
onde eu possa me encontrar com Deus e escutar o seu chamado.
Sem o silêncio não
conseguimos experimentar nosso interior, lugar este que podemos realizar uma
experiência maravilhosa de encontro com Deus. Não existirá obediência a Deus e
a nenhuma pessoa deste mundo se não paramos para escutar. Esta realidade
que parece tão simples é importantíssima no discernimento do próprio chamado.
Deus chama e continua a
chamar, é preciso escutá-Lo e responder-lhe para não se correr o risco de errar
na missão, como é triste encontrar pessoas que não conseguiram realizar este
caminho de discernimento e escolheram a se entregarem a si mesmos.
A vocação não é para si,
mas é uma entrega aos outros, a vida só tem sentido se for entrega ao outro,
qualquer vocação só se realiza plenamente se for entrega.
Rafael Llano Cifuentes em seu livro, Sacerdotes para o Terceiro Milênio, nos
fala bem da importância de se entregar a própria missão, pois ao contrário
fica-se a deriva nesta vida. “Quem está entregue a si mesmo e não à sua missão
é um homem à deriva: ai daquele que não se sentir convocado! Ai daquele que não
tiver encontrado ainda essa nobre paixão pela qual vale a pena lutar e vale a
pena morrer! Ai daquele que, depois de encontrá-la, a perder! Agarrar-se-á à
primeira satisfação que tiver a mão, ao fogo de uma paixão doentia, a uma
parcela de poder, ao dinheiro, a uma vaidade passageira, a um prazer leviano, à
bebida, à droga, a uma caótica vida boêmia… – e terminará dissolvendo-se na sua
própria corrosão. Aquele que procura só a si mesmo termina por asfixiar-se
dentro de si mesmo”.
Tomara que este mundo
acorde logo e comece dar maior importância para a própria vocação, que os pais
ajudem seus filhos e que os jovens não sofram a imposição de uma vocação pelos
interesses sociais.
Tenhamos a certeza de que
as verdadeiras marcas deixadas por grandes pessoas neste mundo devem-se a terem
escutado e respondido ao chamado que Deus lhes fez. Não se engane você tem uma
vocação!
Por: Pe.
Fábio A. Barbosa
fonte:http://www.jovensconectados.org.br/